sábado, 29 de janeiro de 2011

DIGO-TE AMOR

Não poderia Ser
sem os girassóis que me falam ao entardecer
Não poderia Ver
sem a clareza da água do riacho
Não poderia Ouvir
sem o chilreio alegre do pintassilgo no telhado

Como poderia Amar-te, sem o toque feliz
Do silêncio?

Digo-te ainda que no relógio da torre
O tempo adormeceu cansado
Repousado em mantras delicados
Que em horas vivas
Madrugavam nas bocas

Agora, Amor, procura-me
No abraço forte do vento à árvore
Encontra-me
Na dureza da pedra
Evitada
E dúvida do embaraço da alfazema
Que te fala dos meus passos

Agora, Amor
Fico nesta cama de mar
onde a maciez é azul
e repouso na obra-prima
do cardo que desconhece Picasso.

Deixo que a poeira esconda o coração da rosa
E guardo a rosa no coração
Guarda-me a mim.

domingo, 23 de janeiro de 2011

A MINHA ESTRADA


Nunca
Nunca perdi a estrada

Apenas repousei cansada·
Mas um canto de pássaro que do infinito
me chamou
me tornou caminhada

Apenas adormeci cansada·
Mas ela, a estrada, sempre ali parada
Vigilante
De olhos abertos
Me enviou os sons
E me despertou a alma

Viajante do tudo e do nada
Dança eterna neste agora único!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

POEMA PARA TI



Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.

Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.

Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.

Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.

Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

POEMA AO VENDAVAL


No ar ficou um silêncio
que o Inverno veio encher
Parou o vento,
Logo a chuva a gemer!
Já vem a noite rasando
À minha alma sombria
E a tristeza se adensando
Deixando a vida mais fria.

Arrefeceu bruscamente
Rasgaram-se nuvens escuras
Também meu coração friamente
Se habitua às desventuras.

Este tempo que nada poupa!?
Tráz aguaceiros de tristeza
«Deus dá o frio conforme a roupa»
Ando vestida de incerteza.

Um arrepio de frio e estremeço
O acre do fumo da lareira acesa
Os sonhos labaredas onde adormeço
Em abastança, apenas a incerteza.

E as chamas batem no rosto em cheio
E há aromas adocicados no ar
Enquanto Dumas leio?!
A minha alma de criança
se deixa influenciar.

Galopa mais uma nuvem e se esfarrapa
E eu me debato neste meu mar agitado
O meu espírito de angústia dominado
Enquanto a vida? Essa me escapa.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

UMA MULHER DOENTE


Um mulher sussurou:
Deus fala comigo.
E um rouxinol começou a cantar,
mas a mulher não ouviu.
Então a mulher repetiu:
Deus fala comigo!
E um trovão ecou nos céus,
mas a mulher foi incapaz de ouvir.
A mulher olhou em volta e disse:
Deus deixa-me ver-te!
E uma estrela brilhou no céu,
mas a mulher não a notou.
A mulher começou a gritar:
Deus mostra-me um milagre
E uma criança nasceu,
mas a mulher não sentiu o pulsar da vida.
Então a mulher começou a chorar e a desesperar:
Deus toca-me e deixa-me sentir que tu está aqui comigo…
E uma borboleta pousou suavemente no seu ombro
A mulher espantou a borboleta com a mão e desiludida
Continou o seu caminho triste, sozinha e com medo.”
ELA ESTAVA DOENTE

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

MUNDO DE ESCURIDÂO


Vivemos, num mundo de escuridão,
Cercados pela nossa própria fantasia,
A de poder viver cada dia melhor,
E sempre termos mais,
Vivemos na sombras do sofrimento,
Pois esquecemos
O que há de melhor em nossas vidas,
Pelo que vale a pena lutar, e sorrir,
São pessoas importantes que nos cercam
 Se importam  connosco!
A vida é bela, mas cada vez mais no afundamos
No nosso próprio poço de magoas.
A vida sempre continua,
Mas quem se importa com a minha?...
Apesar de tudo vivemos na sombra da vida,
Tentando ser o que queremos,
Sem saber o que já somos,
o que podemos ser!

domingo, 9 de janeiro de 2011

SER MULHER


Ser mulher é viver mil vezes em apenas uma vida,
é lutar por causas perdidas e sempre sair vencedora,
é estar antes do ontem e depois do amanhã,
é desconhecer a palavra recompensa apesar dos seus actos.
Ser mulher é caminhar na dúvida cheia de certezas,
é correr atrás das nuvens num dia de sol e alcançar o sol num dia de chuva.
Ser mulher é ser mãe dos seus filhos e dos filhos de outros e ama-los igualmente.
Ser mulher é ter confiança no amanhã e aceitação pelo ontem,
é desbravar caminhos difíceis em instantes inoportunos
e fincar a bandeira da conquista.
Ser mulher é entender as fases da lua por ter suas próprias fases.
É ser "nova" quando o coração está a espera do amor,
ser "crescente" quando o coração está se enchendo de amor,
ser cheia quando ele já está transbordando de tanto amor
e minguante quando esse amor vai embora.
Ser mulher é saber dar o perdão, é tentar recuperar o irrecuperável,
é entender o que ninguém mais conseguiu desvendar.
Ser mulher é ter a arrogância de viver apesar dos dissabores,
das desilusões, das traições e das decepções.
Ser mulher é hospedar dentro de si o sentimento do perdão,
é voltar no tempo todos os dias e viver por poucos instantes
coisas que nunca ficaram esquecidas.
Ser mulher é estar em mil lugares de uma só vez,
é fazer mil papéis ao mesmo tempo,
é ser forte e fingir que é frágil para ter um carinho.
Ser mulher é comprar, emprestar, alugar,
vender sentimentos, mas jamais dever,
é construir castelos na areia,
vê-los desmoronados pelas águas e ainda assim amá-las.
Ser mulher é acima de tudo um estado de espírito,
é uma dádiva, é ter dentro de si um tesouro escondido
e ainda assim dividi-lo com o mundo!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

POEMA PARA TI ALMA VIRTUAL


Um olhar;
Um simples toque da mão;
É capaz de despertar;
Dentro do coração;
Uma grande paixão.

A grande beleza
Nos teus olhos está;
Brilha intensamente;
Como é belo teu olhar.

Da intensidade da vida;
Da imensidão do mar;
Um dia prometi amar;
Um dia vou amar e ser amada.

Sorriso encantador;
Que tua face possui;
Para eu poder ver;
Palhaço posso ser;
Para um sorriso teu ter.

 

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

POEMA PARA MEU AMIGO VIRTUAL


·         DAR TEMPO AO TEMPO

Dá tempo ao tempo,
não te importe com os contratempos,
que compõem o teu momento, que passam
como passa o vento, deixando somente
resíduos na lembrança, e o que importa
é não perder a esperança,
porque nada pára e a vida continua,
e do outro lado da rua,
estou a tua espera, curo a tua ferida,
te afago e te dou vida, segura minha mão com firmeza,
que ela te sustentará, quando não tiveres certezas!
O importante em ti é teres uma atitude
positiva diante da vida, teres o desejo de
mostrar o que tens de melhor, que produzes
maravilhosos efeitos colaterais.
Não só crias um espaço feliz para os que
estão ao teu redor, como também encorajas
outras pessoas a serem mais positivas
Há uma luz em ti.
O mundo do EU é o da essência, do amor, da alegria,
da paz, da verdade.
É de sua natureza fecundar, vivificar, alegrar o mundo da expressão,
que tu estampas no teu rosto.
A luz que brota do teu campo interior é que me ilumina
o teu caminho no plano da matéria, dos problemas, dos sonhos.
Caminha firme. Segue na direcção da vitória.
Tu tens tudo para ser bem sucedido.
Sentires-te amado é seres  portador de luz interior e caminhares para a felicidade

·        

 D

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

HOJE SOU LIVRE



Era fácil dizer-me o que fazer, apesar de corajosa e independente, vencia-me pelo afago, palavras de carinho proferidas, nem precisavam ser muito intensas, entregava-me. A carência de si nos deixa conduzir e, certamente, antes não imaginava que pudesse ser controlada por minha sensibilidade. Mulher nenhuma, quando entregue ao amor, tem essa noção, bastam-lhe flores, declarações clichés e o desejo. Ah o desejo! Esse é o que nos domina! Perdemos a noção, o raciocínio e acreditamos mesmo que podemos viver no nada e do nada se amamos. Uma entrega absoluta, sem endereço para que o remetente receba nem mesmo um pequeno telegrama. Doa-se tudo, tempo, vida, mocidade... alegria! Oferecemos nossa alma e ainda pensamos absorver a alma do outro, achamos (e quem acha não tem certeza) que conhecemos profundamente o ser amado. Sim, ser amado, aquele em que depositamos nossas esperanças e sonhos, aquele que nos jura amor eterno e fidelidade. Não que a fidelidade nos seja essencial, há traições maiores que simplesmente se envolver fisicamente com outra pessoa. Qualquer um se sentiria traído se depois de um tempo, de frente a um espelho, constatasse que perdera-se para outro e não perderá o outro para alguém. Essa perda de si é bem mais dolorosa e cruel, sabotamos nossos sonhos mais ternos em nome de um único ser que, mesmo inconsciente, só nos absorveu por necessidade.

PARA TI


Sonâmbulos incrédulos
Marejados em lagrimas
Em acessos de cólera
Percebem-se estranhamente
Dotados de cósmico poder

Vazio de significados
O brilho dos olhos
Replicado em espelhos
Numa avenida elétrica
O caminhar irresoluto

Em sôfregos arpejos
Flamejantes gestos fugazes
Num balançar de corpos
Êxtase quase inumano
Em rompantes de desejos

Ocultos e proibidos
Pecadores como a pele
Perfumada do pêssego
Liso ao mesmo tato
Entregue ao prazer intenso

Como um golpe de espada
Num duelo de titãs
Corre à espreita e ao largo
um lobo que fareja
A morte que se aproxima

Perto o bastante
Quando vimos ambos
O suficiente para saber
Que um completa o outro
Com doações ilimitadas

domingo, 2 de janeiro de 2011

A ALMA GRITA


Não consigo esperar.
Deixo o livro e
pego, quase que bruscamente,
no lápis que,
rapidamente, se apodera de mim.
Preciso expulsar estes
sentimentos que,
aos poucos,
vão-me enfraquecendo.
Ridicularizam-me.
Até eu,
tenho vergonha de mim.
Falho.
Só falho. Ultimamente,
falhar poderia ser o sinónimo do meu
nome,
do meu corpo,
da minha voz,
do meu jeito de viver.
Não sou assim.
Descubro-me.
E até essa descoberta me
magoa,
não estava preparada.
Deixo-me ir,
assim, desengonçada.
Puxo por mim,
arrasto-me...
mas parece não chegar,
estou demasiado
pesada
para caminhar;
demasiado sonolenta, para acordar;
demasiado triste para
mudar...
Mas, enquanto o lápis
escrever,
enquanto a mente
imaginar,
sei que a solidão não é
total,
sei que a melancolia,
 Fria e trémula,
é compreendida.
Tenho o abraço destas palavras que,
mesmo que tristes,
sorriem-me
e abraçam-me.
Confortam-me e fazem-me ·acreditar.

sábado, 1 de janeiro de 2011

QUEM SOU EU


Sou uma mulher sofrida, desiludida, desencantada.
Vivo neste mundo á procura de me encontrar.
Estou a deixar o tempo passar.
Neste momento não vejo beleza nem bem-estar.
Á beira da meia-idade a tentar situar-me.
Mas ainda tenho meus sonhos todos por concretizar.