domingo, 2 de janeiro de 2011

A ALMA GRITA


Não consigo esperar.
Deixo o livro e
pego, quase que bruscamente,
no lápis que,
rapidamente, se apodera de mim.
Preciso expulsar estes
sentimentos que,
aos poucos,
vão-me enfraquecendo.
Ridicularizam-me.
Até eu,
tenho vergonha de mim.
Falho.
Só falho. Ultimamente,
falhar poderia ser o sinónimo do meu
nome,
do meu corpo,
da minha voz,
do meu jeito de viver.
Não sou assim.
Descubro-me.
E até essa descoberta me
magoa,
não estava preparada.
Deixo-me ir,
assim, desengonçada.
Puxo por mim,
arrasto-me...
mas parece não chegar,
estou demasiado
pesada
para caminhar;
demasiado sonolenta, para acordar;
demasiado triste para
mudar...
Mas, enquanto o lápis
escrever,
enquanto a mente
imaginar,
sei que a solidão não é
total,
sei que a melancolia,
 Fria e trémula,
é compreendida.
Tenho o abraço destas palavras que,
mesmo que tristes,
sorriem-me
e abraçam-me.
Confortam-me e fazem-me ·acreditar.

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