segunda-feira, 22 de agosto de 2011

MEU ESPAÇO


Agosto/2011

Não tenho em mim espaço,

Para derrubar meu desespero encontrado

Em noite de lua cheia, meu encontro com minha sombra que sangra

Neste vai vem de vida paralela á minha, que me sustenta a contenda

Do vento nas arvores mais fortes que em mim abanam.

Vem duma tempestade lançada pelo vento e maresia salgada,

Durmo meu sono solto sem culpa nem culpado.

O que sou vale tudo, o que tenho de nada vale.

É na espera do tempo que me desfaço em mil pedaços,

Como folha velha deitada ao vento, onde nada conta,

Muito menos o sofrimento.

São emoções desfeitas, numa praia de rochas combinadas.

È tudo o que o que me resta para um dia recordar.

Venho de outro mundo, onde o corpo não existe

Onde nada é tirado.

Numa serra de segredos eu me vejo embrulhada,

Nada tiro, nada dou, sou eu apenas desorientada.

Mas existe também meu mundo por desbravar,

Minha mente activa, comigo a colaborar.

Aqueço meu gelo derretido na caldeira do meu pensar,

Se não digo o que penso, acabo a chorar.

Aqui neste lugar estou só a desabafar,

Lembro-me de outros tempos,

De sofrimento, por onde tive que passar.

Foram tantas as desventuras, que a ninguém pude contar,

Guardei só para mim as lágrimas que estão por derramar.

È tão profunda a minha dor, que ninguém quer escutar,

É profundo o rasgão que ninguém pode consertar.

No entanto vou calando, meu sofrimento em mim,

Vou fazer de conta, que tudo está bem, até chegar o fim.

Não há coração que aguente, este penoso pensar,

Roubaram-me tudo, até o poder de amar.

Do que sobrar do desgosto, em mim vou encerrar,

Fazer tudo a gosto, para ninguém acreditar.

E agora que desabafei, desta magoa que mora em mim,

Vou enfrentar este desamor, mais a dor,

Que cava dentro de mim.
famaria

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